Em alusão ao Dia Internacional da Luta Antimanicomial, o CAPS III (Centro de Atenção Psicossocial Edna Macellaro Marques de Souza) realizou na tarde desta quinta-feira, dia 23, uma programação especial que envolveu servidores e pacientes da unidade.
Além de palestras, a ação contou com uma exposição de trabalhos artesanais feitos pelos próprios usuários durante as aulas de terapia ocupacional.
“A ação é justamente para falar sobre a importância de tratar as pessoas em liberdade, garantindo espaço de voz, de escuta, direito a um espaço, a ter o tratamento da sua saúde mental de uma forma respeitosa, acolhedora, cuidadosa”, afirmou o terapeuta ocupacional, Luiz Pascoal.
SOBRE A DATA
Celebrado anualmente no dia 18 de maio, a data é resultado do Movimento de Reforma Psiquiátrica que ocorreu no final da década de 70. Tal movimento resultou na aprovação da Lei 10.216/2001, que estabeleceu o fechamento de hospitais psiquiátricos, possibilitando a abertura de novos serviços comunitários com participação social.
“Essa reforma psiquiátrica foi justamente para tirar as pessoas em tratamento de saúde mental, que viviam em situações de enclausuramento e aprisionadas naquela época. E hoje, com a reforma psiquiátrica, conseguimos trazer os pacientes e as pessoas para serem tratadas em espaço aberto”, explicou o servidor.
Roberto de Souza, de 43 anos, é paciente do CAPS III desde o ano passado. Para ele, a terapia ocupacional e o apoio dos profissionais o ajudaram a restabelecer sua saúde mental em sua totalidade.
“Falta 1% para melhorar, porque sempre tem uma recaída. O atendimento é ótimo demais, junto com os professores super bons, os funcionários super atenciosos. Eu só sei que eu tenho 99% de tratamento perfeito aqui no CAPS, eu só tenho a agradecer”, ressaltou o paciente.
Além do tratamento com medicamentos, a unidade realiza atendimentos com psicopedagogos, assistentes sociais e equipe de enfermagem, ampliando o suporte ao paciente de forma eficaz.
“Nós também trabalhamos com oficinas terapêuticas, pedagoga, artesã que faz trabalhos manuais com os pacientes, tem o terapeuta ocupacional e tem a profissional de educação física, pois a atividade física é muito importante para a pessoa com problemas de saúde mental”, pontuou Pascoal.
COMO FUNCIONA A REDE?
A porta de acesso ao atendimento psiquiátrico em Roraima se dá de duas formas, sendo a primeira delas por meio dos postos de saúde. Dependendo da situação, o paciente pode ser encaminhado para os demais pontos da rede de atenção psicossocial.
A atenção básica, por exemplo, é responsável por realizar os atendimentos dos pacientes que apresentam grau de adoecimento mental leve, cujo tratamento é feito por meio de acompanhamento psicológico.
Já a Rede Estadual de Saúde realiza o atendimento dos casos moderados, que têm como referência o ambulatório do Coronel Mota; e dos casos graves, cuja referência é o CAPS III.
Em casos de surtos psicóticos, tentativas de suicídio, crise por abstinência, é recomendado que o paciente seja encaminhado para o Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento, que é a única no Estado que possui escala de 24h, com atendimento psiquiátrico.
É importante lembrar ainda os atendimentos dos CAPS de cada município; o CAPS II, unidade voltado para o atendimento infantil em Boa Vista; e o CAPS AD III (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas), que realiza o atendimento de pessoas com vício em álcool e drogas.
De Governo de Roraima / SECOM – Acesse a matéria completa – aqui.